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sábado, 23 de maio de 2009

O segredo dos Mórmons

"Eles estão por toda a parte. São tão bons de papo que já conquistaram o Brasil, 3º país com maior número de seguidores"



Um verdadeiro exército de garotos recatados, vindos do interior dos E.U.A. e do Brasil, deve estar andando agora pelas ruas da sua cidade. Sorridentes, eles vestem camisas brancas bem passadas, seguram um livro debaixo do braço e têm como missão levar - provavelmente até a porta da sua casa - o que acreditam ser a verdadeira religião de Jesus Cristo. Eles são da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e mais conhecido por outras denominações como "os mórmons".

Há 179 anos, os mórmons treinam e enviam missionários para converter pessoas ao redor do mundo. Com uma boa dose de perseverança, esses meninos espalhados por aí conseguiram fazer com que a religião crescesse em progressão geométrica. "É bem possível que, daqui a 40 anos, 1 em cada 20 americanos seja mórmon e o mundo tenha cerca de 50 milhões deles", afirma Rodney Stark, professor de sociologia da Universidade de Baylor, no Texas. Hoje, eles são 12,2 milhões. E estão muito perto de ser a segunda religião da história a ter pelo menos uma congregação em cada país do planeta - logo depois dos católicos.

Segundo Frank Usarski, professor de ciência da religião da PUC-SP, isso é resultado de "um esquema de missionários muito potente, em que a oferta define a demanda, e não o contrário". Ou seja: esses meninos de camisa branca fazem toda a diferença. No Brasil, por exemplo, há duas vezes mais mórmons missionários do que evangélicos com a mesma função. Segundo dados do IBGE, em 2000, a Igreja tinha cerca 200 000 adeptos em todo o país. Praticamente o dobro de praticantes de candomblé e 3 vezes o número de judeus. O resultado do trabalho dos missionários é que já somos o 3º país com maior número de fiéis da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em todo o mundo. Pode ter certeza de que falta bem pouco para um desses moços tocar a sua campainha.
Texto: Nina Weingrill
Reportagem Claudio Szynkier
Fotografia Bárbara Aguia
Redição Mariana Sgarioni
Info-animado:Fabiane Zambon e Raphael
Erichsen (design)
Elton Peetz Prado (programação)

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