Conta-se que certa vez um mercador grego, rico, ofereceu um banquete com
comidas especiais. Chamou seu escravo e
ordenou-lhe que fosse ao mercado comprar
a melhor iguaria.
O escravo retornou com belo prato. O mercador removeu o pano e assustado
disse:
-Língua ?!! Este é o prato mais delicioso ?
O escravo, sem levantar a cabeça, respondeu:
- A língua é o prato mais delicioso, sim senhor. É com a língua que
pedimos água...
...dizemos “mamãe”, fazemos amigos, perdoamos. Com a língua reunimos
pessoas, dizemos “meu Deus”, oramos, cantamos, dizemos “eu te amo”...
O mercador, não muito convencido, quis testar a sabedoria de seu escravo,
e o mandou de volta ao mercado, desta vez para trazer o pior alimento. O
escravo voltou com um lindo prato, coberto por fino tecido. O mercador,
ansioso, retirou o pano para conhecer
o pior alimento.
-Língua, outra vez?!!, disse, espantado.
-Sim, língua, respondeu o escravo. É com a língua que condenamos,
separamos, provocamos intrigas e ciúmes, blasfemamos.
É com ela que expulsamos, isolamos, enganamos nosso irmão, xingamos
pai e mãe...
Não há nada pior que a língua; não há nada melhor que a língua. Depende
do modo
que a usamos.
Muitos males têm sido causados por uma só palavra ou frase proferida .
Diz um ditado que “falar é prata, calar é ouro”. Palavras ferem, matam,
magoam, semeiam dúvidas, fazem pecar, geram ódio...e muitas vezes quem
diz o que quer, ouve o que não quer.
Uma palavra, uma frase, podem doer mais que a dor física. A dor física
pode cessar com um medicamento, mas a dor provocada por uma palavra ou
frase, muitas vezes nem o tempo apaga, e, quando apagada, costuma
deixar cicatrizes.
O pecado da língua é tão sério que ocupa todo o capítulo 3 e parte do
capítulo 4 da
epístola de Tiago, no Novo Testamento.
A Bíblia nos ensina que “os lábios do justo apascentam a muitos, mas por
falta de senso, morrem os tolos” (Provérbios 10:21)
Jesus, censurando os fariseus, disse-lhes que
“a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12:34), e advertiu:
“Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela
darão conta no dia do juízo; porque
pelas tuas palavras serás
justificado e pela tuas palavras
serás condenado” (Mateus 12:36-37).
Sejamos vigilantes sobre o uso da língua, e,
“deixando a mentira, fale cada um
a verdade com o seu próximo, porque somos
membros uns dos outros” (Efésios
4:25).
Que possamos usar nossa língua para dizer o quanto amamos nossos entes
queridos
e amigos; para perdoar a quem nos ofende, para pedir perdão a quem
ofendemos, para oferecer ajuda ao necessitado, para elogiar, para
ensinar, para proclamar a paz.
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