Com o objetivo de ampliar o projeto ‘Terapia Comunitária’ no município, o psiquiatra e antropólogo cearense Adalberto Barreto coordena, de quarta (20) até sábado (23), a capacitação de cerca de 70 profissionais das secretarias de Saúde, Educação, Assistência Social, Administração e da Cohab (Companhia de Habitação Santista). O método, que vem sendo implementado em Santos desde 2006, foi criado por Barreto há 21 anos, e tem como base a construção de redes solidárias.
“Na Secretaria de Saúde o foco do projeto é na atenção básica. É uma proposta de prevenção em saúde mental. É um apoio terapêutico para situações de sofrimento do dia a dia. Questões como falta de dinheiro e desemprego, por exemplo, geram estresse na família. A troca de experiências na roda terapêutica pode trazer o alívio”, destaca Acácia Costa, que coordena o projeto na SMS.
O treinamento, que na saúde contemplará enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e dentistas, será promovido das 8h às 18h, no auditório da Igreja Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Av. Rangel Pestana, 207, Jabaquara). Ontem (terça 19) e segunda-feira (18), o psiquiatra realizou a chamada intervisão, que é a supervisão dos cerca de 40 profissionais que já desenvolvem a terapia na rede municipal. Na SMS, 11 unidades, sendo nove da Atenção Básica e duas da Atenção Especializada, oferecem o método à população.
A Terapia:
Ouvir, falar, cantar, compartilhar. A troca de experiências é a base da terapia comunitária. Sempre dispostos em roda, os participantes contam seus problemas enquanto o terapeuta faz uma lista das queixas. A partir daí, o tema do dia é eleito e quem viveu a dor revela como se livrou dela. Assim como num jogo, há algumas regras. Os participantes podem fazer perguntas a quem revela o sofrimento, mas não oferecem conselhos, nem expõem críticas.
“Sofrimento se trata com acolhimento. É da partilha de experiência entre as pessoas que se alivia o sofrimento das dores e surgem as pistas para superação dos problemas”, destaca Barreto, lembrando que é preciso despertar o lado emocional. “Quem não se envolve, não se desenvolve. Temos que correr riscos”, aconselha.
O método foi organizado pelo cearense quando este atendia no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Ceará. Seu irmão, advogado, atuava na favela do Pirambu, em Fortaleza, e encaminhava a ele casos que envolviam problemas psiquiátricos. Quando o número de pacientes cresceu demais, Barreto resolveu levar seus alunos até a favela.
Depto. Imprensa - Prefeitura Municipal de Santos
Fonte: Lugar Mórmon
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